15 dez A queda dos smartphones e o prenúncio do fim da Era das Telas
Que a economia está em queda livre ninguém duvida nem discute. De acordo com o IBGE faz tempo que indústria e serviços vem afundando. No último telejornal da noite de ontem, o presidente da Fiesp e Ciesp, Paulo Skaf disse que “o país está à deriva e não há atitudes para solucionar os problemas”.
Diante deste cenário o consumidor brasileiro está pensando bem antes de levar a mão ao bolso e acaba contribuindo para a desaceleração da economia em praticamente todos os setores. É o efeito “bola de neve”.
A indústria de smartphones sentiu a queda com venda igual a registrada há 10 anos
Segundo o IDC, em pesquisa divulgada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a comercialização dos smartphones este ano foi a mesma registrado no fim da década passada e nem mesmo a Black Friday aqueceu as vendas. A liquidação não foi suficiente para recuperar o desempenho do setor, conclui Leonardo Munin, analista da IDC Brasil, em entrevista para a exame.com.
Uma das causas é que o consumidor brasileiro substituía seu celular a cada 1 ano e meio e devido à crise está cada vez mais cauteloso para fazer a troca. Outro motivo é o avanço da tecnologia que está possibilitando maior vida útil aos aparelhos.
O fim da era das telas
Quem não pode comprar um smartphone de última geração não precisa ficar deprimido porque em 5 anos eles estarão totalmente obsoletos
Uma pesquisa do ConsumerLab, área da Ericsson (NASDAQ: ERIC) que há 20 anos estuda o comportamento dos usuários, apresentou as 10 tendências de consumo para 2016. Eu resgatei a pesquisa publicada no segundo semestre deste ano porque uma das tendências, em particular, chamou minha atenção enquanto estudiosa de marketing digital.
As 10 tendências apontadas pelo relatório reuniu as opiniões de vários entrevistados ao redor do mundo – 1,1 bilhão de pessoas dividas em 24 países, entre eles o Brasil – e retratou 46 milhões de usuários de smartphones em 10 grandes cidades, como São Paulo.
O estudo mostra que os consumidores acreditam que a inteligência artificial possibilitará, em breve, a interação com objetos sem a necessidade de uma tela de smartphone. Além disso, metade dos entrevistados espera que os celulares se tornem obsoletos nos próximos 5 anos. A inteligência artificial terminará com a era das telas possibilitando a interação com objetos sem o intermédio do smartphone. “Em São Paulo, 63% dos usuários de smartphones acreditam que esses dispositivos móveis serão itens do passado nos próximos cinco anos”. O futuro vislumbrado pela Ericsson não parece tão distante.
Preço dos smartphones sobe e vendas caem 12,8%
Ontem, uma manchete que ganhou grande proporção no cenário nacional, ao lado das notícias sobre impeachment da presidente Dilma Rousseff, foi o fiasco na venda dos smartphones.
O brasileiro tem passado mais tempo diante da telinha do celular, isso é fato! Porém, com o enfraquecimento da economia, houve queda nas vendas de smartphones. Isso significa que o consumidor está trocando seu aparelho com menos frequência.
A expectativa da IDC Brasil era de que 50 milhões de smartphones fossem vendidos até o final de 2015, 8% menor do que o volume comercializado em 2014. Conforme estudo exclusivo feito pelo Zoom, site comparador de preços e produtos que analisou a oscilação de valores dos smartphones após seus lançamentos, com exclusividade para a veja.com, em setembro deste ano Preço dos smartphones cai a partir do segundo mês após lançamento, mostra estudo.
Entretanto, de acordo com o IDC Brasil, houve queda de 13% na comparação com o mesmo período de 2014 (13 milhões). Mais de 11,3 milhões de smartphones foram vendidos no Brasil entre abril e junho, média de 86 por minuto.
As vendas de celulares no Brasil devem cair 27% até o final deste ano, chegando a 51,4 milhões de unidades, volume menor do que os 52,8 milhões em 2010. A queda na venda dos smartphones será 13%, depois de um cresimento de 555 em 2014. Segundo matéria Retrocesso Digital, publicada ontem pelo estadao.com.br.
8 fatores responsáveis pela queda:
- Inflação acima de 9%
- Desemprego e medo de ser demitido
- Índice de confiança do consumidor (ICC) caiu 1,4% em junho e chegou a 83,9 pontos, segundo menor nível desde que o índice foi criado, em setembro de 2005
- Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 4,9% em junho (68,1 pontos) o menor nível da série iniciada em outubro de 2005
- Smartphones estão cada vez melhores e têm um ciclo de vida maior gerando acúmulo de estoque em toda a cadeia de produção
- Alta do dólar gerou repasses de preços ao consumidor e consequente alta nos preços dos aparelhos
- Falta políticas de incentivo para a indústria de TI brasileira faz com que seja pouco competitiva
- Recuo anual de 455 nas vendas na China, maior mercado global de mobile, no segundo trimestre de 2015
O cenário para 2016 não é animador
Segundo a IDC, o mercado de smartphones brasileiro deve fechar 2015 com queda de 12,8%, com 47,6 milhões de unidades vendidas. Em 2016, a projeção é de queda de ao menos 8%, com aproximadamente 43,8 milhões de smartphones comercializados, seguindo a tendência de queda consolidada no terceiro trimestre deste ano.
O cenário para 2016 não é animador e, segundo a IDC, o mercado de smartphones brasileiro deve fechar 2015 com queda de 12,8%, com 47,6 milhões de unidades vendidas. Em 2016, a projeção é de queda de ao menos 8%, com aproximadamente 43,8 milhões de smartphones comercializados, seguindo a tendência de queda consolidada no terceiro trimestre deste ano.Houve uma significativa desaceleração no crescimento do sistema operacional Android no 2º trimestre: 11% de elevação, chegando a uma fatia de 82,2% do mercado global. O sistema do Google sentiu um duplo impacto: a queda no mercado chinês e o avanço do iOS, da Apple, no país (68%, para 11,9 milhões de unidades). Números revelados pelo Valor Econômico, na matéria Com queda na China, venda de smartphones no mundo diminui no trimestre.
Crédito da foto: Oli Scarff/Getty Images
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