24 jan Intrapreneurship
Porque cada vez mais executivos bem-sucedidos estão despertando para o Personal Branding
Quando o conceito intraempreendedorismo se estabeleceu, há cerca de 3 décadas, as empresas não estavam dispostas a dar liberdade para seus colaboradores criarem e, muito menos, oferecer verbas para inovação. Além do mais, não queriam arcar com os custos dos erros que, inevitavelmente, aconteceriam durante o percurso.
Hoje é bem diferente. O conceito já está bem difundido e valorizado nas organizações e o intraempreendedorismo (intrapreneuring) funciona como um acelerador das inovações dentro das grandes empresas que “usam” seus mais talentosos empreendedores.
Existe uma grande diferença entre gestor e intraempreendedor. O gestor olha como a empresa está; o intrapreneur olha como ela deveria estar. As empresas buscam, cada vez mais, o profissional empreendedor, mas tem dificuldades de encontrar. Elas desejam os executivos que adotam a postura do dono do negócio, ou seja, vestem a camisa da empresa.
O intrapreneur tira suas lições de 3 verbos: “errar, aprender, avançar“. Para desenvolver essas características em seus executivos, as empresas precisam valorizar o profissional e dar espaço para que ele crie, tome decisões e assuma responsabilidades. Mas nem todas pensam assim…
Outro dia tive a oportunidade de assistir uma palestra do Rodrigo Galvão – “Transformação Digital”, na FIA. Ele é um ótimo exemplo de intrapreneur de sucesso. Rodrigo é aquele tipo de executivo que conhece a fundo a organização onde atua, desde a condução dos negócios, o perfil e anseios de seus. Esse comportamento tem uma explicação lógica: não mudamos o que não conhecemos. Rodrigo está na Oracle há mais de 19 anos e começou como estagiário. Faz sentindo, não é mesmo?
Agora um breve teste para saber se você é um intrapreneur
- Não tenho olhos apenas para a minha área, mas para a companhia como um todo
- Tenho paixão tanto pelo trabalho como pela empresa onde atuo
- Implanto projetos com começo, meio e fim
- Compartilho conhecimento e aprendizado
- Vejo em mudanças e crises uma oportunidade de aprender e crescer
- Eu busco menos saber fazer, mais criar o que fazer
Se suas respostas forem afirmativas você é um intrapreneur!
Fonte: Werner K.P. Kugelmeier, Jurista e Administrador de Empresas Autor do Livro “PRISMA – girando a pirâmide corporativa”.
O que difere esses profissionais dos demais?
O intrapreneurship colabora para o crescimento das empresas ao mesmo tempo que destaca os profissionais.
Alguns profissionais que me procuram para Digital Mentoring não estão em busca de recolocação. São C-Levels e atuam dentro de grandes empresas, principalmente, as multinacionais. Na verdade, eles querem desenvolver seu potencial criativo, ser percebidos e ter seu esforço mais do que valorizado sem ter que abrir mão de sua posição.
Invariavelmente, eles são “brilhantes”, acima da média, com capacidade de identificar novas oportunidades, desenvolver e implementar novos negócios, dentro da empresa onde trabalham e são, inclusive, excelentes gestores com grande dose de sensibilidade e empatia. Muitos atuam como mentores de jovens talentos dentro da empresa e tem excelentes resultados.
O que eles buscam alcançar por meio da comunicação, do personal branding e da divulgação de seus feitos? Eles desejam visibilidade dentro e/ou fora da empresa.
Case de sucesso
Um jovem executivo que chamarei de F. para preservar sua identidade, com seus 30 e poucos anos, atuando há quase 15 na mesma empresa, uma gigante multinacional de tecnologia, me procurou buscando ajuda. Disse que acompanhava meus posts há bastante tempo, no Linkedin, e pediu mais detalhes sobre meu trabalho de Personal Branding Digital. Falou que estava desestimulado e se sentia “na geladeira”, apesar de ter status de diretor e um salário polpudo. Não tinha (e não tem) planos de sair da empresa, mas queria “ser visto com bons olhos” pelos pares e superiores.
Começamos pelo briefing e planejamento estratégico. Planejamos um design mais arrojado do perfil, produzimos um novo banner e foto de acordo com suas novas expectativas. Revisamos todas as áreas de experiência minuciosamente, assim como sua formação acadêmica, cursos, competências e recomendações. Então começamos a produzir posts e artigos com foco e estratégia e periodicidade.
Com a “casa arrumada” era hora de começar a convidar profissionais relevantes, com atuação dentro e fora da empresa e isso incluiu os concorrentes. Logo, os convites também começaram a chegar e, com eles novas oportunidades e perspectivas surpreendentes.
Como resultado ele começou a ser notado dentro da companhia e ter seus posts comentados dentro e fora da plataforma, em reuniões internas e com clientes. Em pouco tempo, mas com muita estratégia envolvida, passou a ser uma referência na sua área de atuação, um pequeno e importante nicho de mercado.
Fiquei muito feliz ao receber, recentemente, uma grande notícia! Foi convidado para palestrar em um dos maiores eventos do mercado de TI. Um Fórum que acontece há mais de 20 anos e que ele só conheceu como visitante.
Como explicar esse fenômeno? F. encontrou seu espaço dentro da empresa pela visibilidade conquistada por meio da comunicação. Passou a ser visto, notado pelos colegas, clientes e pares internacionais. O convite para palestrar no Fórum foi somente uma consequência inevitável! A partir disso recobrou a autoconfiança e ganhou um brilho extra. Aumentou sua autoestima, voltou a trabalhar com mais prazer e, consequentemente, dá muito mais resultados para a empresa.
A lição que fica
Desde os tempos da faculdade trabalho divulgando empresas e profissionais de diversos setores, tipos de empresa e cargos. Percebi que aqueles que fazem seu “marketing” pessoal, dentro e fora da empresa, alcançam mais rapidamente seus objetivos e, consequentemente, o sucesso. Tem mais visibilidade, são sempre lembrados, recebem os melhores convites e, enfim, estão constantemente em evidência. Tornam-se referência em sua área de atuação e tem uma vida útil profissional mais longa e próspera.
Quando saem da empresa ou são desligados, rapidamente, conseguem recolocação ou, por sua maleabilidade e facilidade de empreender, se reinventam tornando-se, na maioria das vezes, donos de seu próprio negócio.
Minha experiência como mentora profissional, há mais de quatro anos, me permite afirmar que as ações que fazemos em prol da nossa Marca Pessoal se transformam em patrimônio que, se bem cuidado, rende frutos e se multiplica exponencialmente.
Um pouco de história
Intraempreendedor é a versão em português da expressão ”intrapreneur”, que significa empreendedor interno, ou seja, quando um profissional empreende dentro dos limites da organização onde trabalha.
O termo intrapreneur foi criado em 1978, como abreviatura do conceito intracorporate entrepreneuring (empreendedorismo intra corporativo), mas só ganhou destaque em 1995, por Gifford Pinchot. Pinchot, empreendedor americano, autor e cofundador do Graduate Institute (atual Pinchot University). Seu primeiro livro Intraempreendedorismo: Por que você não tem que deixar a Corporação se tornar um empreendedor” (1985) foi um marco para expansão do conceito e logo chamou a atenção dos meios de comunicação por “agitar” discussões dentro da administração.
Sobre a autora
Catarina Pierangeli – Jornalista apaixonada pela comunicação ajudando empresas e profissionais a atingir o próximo nível. Pós-graduada (lato sensu) em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais com mais de 29 anos de experiência em Comunicação Corporativa. Atualmente dirijo o hub Pierangeli Comunicação para Negócios, dou palestras, consultorias, mentorias (Personal Branding Digital), ministro cursos e workshops. Sou #LinkedinHeavyUser e Ghost Writer. Sou pesquisadora atuante da Comunicação Multiplataforma e produtora profissional de conteúdo para diversos canais. Mostro caminhos para meus clientes conquistarem reputação, credibilidade, autoridade e visibilidade por meio da experiência da comunicação profissional.
Contato: catarina@pierangeli.com.br | pierangeli.com.br
*Este artigo foi publicado originalmente no Linkedin.
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