Depressão corporativa. Cuidado para não virar estatística!
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Depressão corporativa. Cuidado para não virar estatística!

Depressão corporativa. Cuidado para não virar estatística!

Ela chega de mansinho. Começa com um leve desânimo, tristeza, apatia. Uma forte vontade de chorar no domingo à noite. O relógio não para e “temos que dormir” porque logo mais começará outra semana. Deitamos e logo bate aquela insônia. Pensamentos repetitivos negativos tomam conta da nossa mente e ficamos fritando na cama entre o desespero e a sensação de estar em um túnel sem saída, sem luz. Os pensamentos repetitivos impedem que o cérebro diminua a velocidade e, por isso, não conseguimos desligar.

As preocupações tomam conta dos nossos pensamentos e parece impossível encontrar uma solução ali, na cama, virando de um lado para o outro. Durante o dia você fica mais lento, com o corpo pesado e o raciocínio afetado. Isso tem um preço alto, porque quando não dormimos à noite não conseguimos produzir bem durante o dia. Temos dores de cabeça e de estômago porque não conseguimos digerir as coisas que estão acontecendo.

A boa notícia é que se vencermos a etapa dos cinco longos e arrastados dias logo chegará um novo final de semana longe daquele trabalho que não aguentamos mais.

Parece incrível, mas esse é o looping que muitas pessoas têm enfrentado duramente dia após dia. Elas se sentem infelizes no emprego, nos relacionamentos e na vida. Estão em desacordo com seus próprios sentimentos. Estão há anos luz de seu propósito de vida.

( Parêntesis )

Peço licença para dar um depoimento… Durante muitos anos eu vivi esse looping. Era jornalista concursada, tinha um emprego CLT “garantido”, uma aposentadoria polpuda me esperando, um bom salário e uma série incontável de benefícios. Mas não estava feliz e me sentia incomodada o tempo todo. Minha vida era cinza. Até que um dia me enchi de coragem e pedi demissão voluntária. Nesse momento eu estava dando o primeiro passo para a construção da minha carreira. Todos à minha volta, sem exceção, me chamaram de louca, inconsequente e disseram que eu me arrependeria. Olhando para trás, agora, posso dizer com toda certeza que tomei a decisão certa. Mas essa história vou deixar para um próximo artigo 🙂

Porque as pessoas se deprimem?

De acordo com especialistas da saúde, algumas causas podem ser a insatisfação no trabalho ou a perda de emprego, dificuldades financeiras, falta de perspectivas, não ter encontrado seu propósito, problemas familiares e afetivos entre outras tantas.

Muitas pessoas trabalham com o que não gostam, em uma empresa que não gostam, e ficam a semana toda esperando pelo final de semana. Sexta à noite só pensam em colocar o pijama, se jogar no sofá e assistir TV passivamente. Passam o final de semana deprimido pensando que logo começará uma nova semana e o sofrimento recomeçará.

Sem mudanças e tratamento adequado as coisas vão ficando cada vez piores. Diminui a autoestima, perdemos o apetite, a vontade de sair, baixa de libido, não queremos mais encontrar os amigos, falta de concentração decorrente da falta de sono.

Depressão e ansiedade custam US$1 tri por ano à economia global, diz OMS

Atualmente, mais de 120 milhões de pessoas no mundo todo sofrem com a depressão. Estima-se que, só no Brasil são 17 milhões e cerca de 850 mil morrem por ano em decorrência da doença.

Em média, pessoas com depressão perdem cerca de oito dias de trabalho por mês, contra apenas dois da população, de acordo com a matéria Depressão já é a doença mais incapacitante, afirma a OMS, publicada pela Folha de S. Paulo.

Fonte do infográfico: Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress 

O estudo mais recente sobre a depressão realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que 5% da população mundial, aproximadamente 350 milhões de pessoas sofrem de depressão. Até 2020 a depressão será a doença mais incapacitante do mundo. Isso significa que, quem sofre da doença tem sua rotina virada de cabeça para baixo, deixa de produzir e tem sua vida pessoal bastante prejudicada. Até 2030, a depressão será a doença mais comum do mundo, à frente do câncer e problemas dos cardíacos. No Brasil, a depressão atinge 10% dos brasileiros, mas apenas 4,2% sabem que tem a doença.

A depressão se altera de acordo como enxergamos o mundo à nossa volta e os acontecimentos

Quando a depressão se instala é porque aalma adoeceu. Falta valores que dão sentido à vida. A doença da alma vem desafiando médicos, profissionais da área de saúde e pesquisadores de todo o mundo.

Depressão corporativa

No ambiente corporativo, às vezes detectamos na equipe um colaborador lento que tem dificuldades para acompanhar a velocidade dos demais. Aparenta falta de vontade de fazer as cosias, erroneamente é detectado como uma pessoa preguiçosa. Só que não. Ele pode estar sofrendo de depressão. No lugar da repreensão ele precisa de ajuda para se reestruturar, buscar novos horizontes, novos desafios, novas formas de trabalho e, principalmente, novos e verdadeiros propósitos.

Já deve ter acontecido com você durante uma reunião de trabalho. Você começa animado e, minutos depois, o pensamento já voou e você não está mais naquela sala. Algo não vai bem. Começa a sentir um incômodo, vontade de sair da sala. Não presta atenção ao que as pessoas estão falando e pouco participa.

A depressão tem consequências econômicas e sociais com elevados gastos com tratamento para a população e perda de produtividade no trabalho e na vida pessoal. Pode causar grande sofrimento, disfunção e, na pior das hipóteses, levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano — sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

A depressão é uma das condições prioritárias cobertas pelo Mental Health Gap Action Programme (mhGAP) da Organização Mundial da Saúde (OMS). O programa visa a ajudar os países a aumentar os serviços prestados às pessoas com transtornos mentais, neurológicos e de uso de substâncias, por meio de cuidados providos por profissionais de saúde que não são especialistas em saúde mental. A iniciativa defende que, com cuidados adequados, assistência psicossocial e medicação, dezenas de milhões de pessoas com transtornos mentais, incluindo depressão, poderiam começar a levar uma vida normal — mesmo quando os recursos são escassos.

A doença não é uma preocupação somente da esfera da saúde, mas também socioeconômica, uma vez que trabalhadores com depressão apresentam prejuízos afetivos da autoestima, de raciocínio, memória, capacidade para tomar decisões e planejar gerando impactos negativos em seu desempenho, altos índices de presenteísmo, absenteísmo, afastamentos por acidentes e outros.

É preciso agir antes da depressão se instalar, mas normalmente as pessoas só buscam ajuda quando já é um caso grave e isso acaba atingindo o bolso das empresas e da Previdência Social. Segundo o Ministério da Saúde, os transtornos mentais estão em terceiro lugar entre as causas de concessão de benefício auxílio-doença, afastamento do trabalho por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez.

Pesquisas realizadas pela filial brasileira da International Stress Management Association têm mostrado que 70% da população economicamente ativa do país já apresentou sintomas de estresse. Um outro estudo feito pela consultoria Talenses mostrou que 39% de 115 diretores de grandes empresas brasileiras permanecem em situação de estresse.

Dados brasileiros, retirados de um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, apontou que 18% da população estava deprimida há pelo menos um ano. Dentre os países em desenvolvimento, o Brasil é um dos líderes do ranking mundial de prevalência de depressão, considerando um período de mais de 12 meses seguidos com o transtorno.

Pequenas ações para não cair na depressão, mesmo nos momentos mais difíceis:

1.      Cultivar uma dieta saudável

2.      Fazer atividades físicas regularmente

3.      Entrar em contato com a natureza

4.      Não se isolar das pessoas

5.      Cultivar pensamentos positivos

6.      Buscar novo sentido na vida, novas motivações

7.      Filtrar os programas de TV. Atualmente, os noticiários têm gerado falta de esperança de que as coisas vão melhorar e de que existe saída

8. Procurar auxílio profissional especializado. ´”É preciso desmistificar o papel do psicólogo como se ele fosse cuidasse apenas de ´loucos´. Todos nós precisamos adotar uma postura proativa em prol de nosso bem-estar e da saúde integral”. (dica do leitor Saulo, mestre em psicologia).

Alguns filmes que abordam o tema depressão

As Horas (2002) Título Original: The Hours | Diretor(a): Stephen Daldry. A adaptação cinematográfica indicada ao Oscar do romance homônimo ganhador do Pulitzer foca em três mulheres depressivas de diferentes eras, durante um único dia. Alternando entre a escritora Virginia Woolf (Nicole Kidman) em 1923, a dona de casa Laura Brown (Julianne Moore) em 1951 e a moderna e independente novaiorquina Clarissa Vaughan (Meryl Streep) em 2001, as três protagonistas são interligadas pelo livro “Mrs. Dollaway”, de Woolf. Enquanto Virginia escreve os capítulos, Laura os lê e é influenciada pelos mesmos, e Clarissa parece ser a personificação da personagem do romance. As três histórias interligadas são inacreditavelmente equilibradas e revelam a depressão de cada protagonista em sentidos claros e discretos.

Cake: Uma Razão para Viver (2014) | Título Original: Cake | Diretor(a): Daniel Barnz. Jennifer Aniston interpreta Claire Simmons, uma mulher traumatizada e depressiva, cuja vida deteriorou-se emocionalmente e fisicamente depois de um acidente de carro. Ela vive sozinha, exceto por sua empregada leal e solidária Silvana (Adriana Barraza), e resolve buscar ajuda em um grupo para pessoas com dores crônicas. Lá, ela descobre o suicídio de um dos membros do grupo, Nina (Anna Kendrick). Claire fica obcecada pela história desta mulher, e começa a investigar a sua vida.

Geração Prozac (2001) | Título Original: Prozac Nation | Diretor(a): Erik Skjoldbjærg. Baseado na autobiografia do mesmo nome, o filme segue a autora Elizabeth “Lizzie” Wurtzel (Christina Ricci), quando ela era uma jovem de 19 anos de idade, que foi aceita em Harvard com uma bolsa de estudos em jornalismo. Seu relacionamento com seu pai se desintegrou enquanto sua mãe (Jessica Lange) tenta contrabalançar sendo bastante envolvida, mas com boas intenções. Durante sua infância, devido ao estresse do divórcio de seus pais e da exclusão social, ela já estava mostrando sinais de depressão clínica grave através de auto-mutilação. No entanto, na faculdade, Lizzie faz amizade com sua colega de quarto Ruby (Michelle Williams) e perde a virgindade com um estudante mais velho, Noah (Jonathan Rhys Meyers).

Sylvia: Paixão Além das Palavras (2003) | As Faces de Helen (2009) | Título Original: Helen | Diretor(a): Sandra Nettelbeck. Um filme subestimado sobre as recaídas e gatilhos da depressão. Sandra Nettelbeck ignora pontos dinâmicos da trama e foca nos altos e baixos de episódios depressivos. Uma festa cheia de pessoas que gostam de Helen (Ashley Judd) é contrastada com ela chorando sozinha com uma faca contra o peito. Seus fatores de estresse diários, que levam a crises soluçantes regulares e ataques de pânico são contrastados por ela tentando permanecer mentalmente saudável. No início do filme Helen apresenta os sinais pródromos depressivos que evoluem para um episódio grave com tentativa suicida. Seu marido descobre que Helen já havia apresentado um episódio anterior no período pós parto de sua enteada, porém, devido a dificuldade da personagem de lidar com a sua doença, esta omitiu de seus familiares sua história anterior. É um dos filmes mais realistas sobre depressão e possui muitos gatilhos.

Foi Apenas um Sonho (2008) | Título Original: Revolutionary Road | Diretor(a): Sam Mendes. Este filme retrata uma análise focada na relação de Frank Wheeler (Leonardo DiCaprio) e April (Kate Winslet), desde o momento em que se conheceram até o seu fim trágico. Casando quando ainda tinham sonhos e esperanças, eles escolhem a segurança (como a maioria) em vez de seguir seus sonhos improváveis e vão morar na 115, Revolutionary Road, em Connecticut quando a April fica grávida. Sua agressividade em seu próprio fracasso em alcançar seus objetivos transborda e os torna irritados e hostis um com o outro. Cansados de suas vidas repetitivas, vazias e sem esperanças, April sonha em se mudar para Paris, para que eles possam começar uma nova vida onde não serão tão deprimidos e apáticos. Mas assim que eles começam o planejamento, as circunstâncias mudam e eles permanecem presos em suas vidas insatisfatórias e devastadoramente miseráveis, juntos no subúrbio.

Pequena Miss Sunshine (2006) | Título Original: Little Miss Sunshine | Diretor(a): Jonathan Dayton e Valerie Faris. O filme é centrado em uma família disfuncional composta por Sheryl (Toni Colette), uma mãe sobrecarregada; Richard (Greg Kinnear), seu arrogante e palestrante motivacional marido; Edwin (Alan Arkin) seu estranho e viciado em drogas pai; e seus dois filhos – o infeliz Dwayne (Paul Dano) de 15 anos de idade, que fez um voto de silêncio até que consiga entrar na Academia da Força Aérea dos EUA e a pequena Olive (Abigail Breslin). As coisas se tornam mais agitadas quando o irmão de Sheryl, Frank (Steve Carell) vai morar com eles depois de tentar se matar. Ele precisa de supervisão constante.

O Psicólogo (2009) | Título Original: Shrink | Diretor(a): Jonas Pate. Henry Carter (Kevin Spacey) é um psicólogo de celebridades em Los Angeles. Em sua lista de clientes estão: uma famosa atriz, Kate Amberson (Saffron Burrows), um jovem escritor descontrolado e inseguro, Jeremy (Mark Webber), e um agente obsessivo-compulsivo, Patrick (Dallas Roberts). Desiludido com sua carreira e vida pessoal, a única esperança de salvação para Henry poderia ser seu primeiro caso fora das celebridades, uma bela, porém problemática garota, Jemma (Keke Palmer). Mas considerando o seu atual estado de espírito, Henry estará pronto para os problemas da vida real de alguém que vive longe das colinas de Hollywood?

Ela (2014) | Título Original: Her | Diretor(a): Spike Jonze. Em um futuro próximo na cidade de Los Angeles, Theodore Twombly (Joaquin Phoenix) é um homem complexo, emotivo e depressivo que trabalha escrevendo cartas pessoais e tocantes para outras pessoas. Com o coração partido após o final de um relacionamento, ele acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador chamada Samantha (Scarlett Johansson). Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela personalidade deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.

Fonte: proibidoler.com

Fora preconceito!

Quando a coisa está difícil e sentimos que não temos força suficiente para sair do lugar onde estamos para chegarmos onde queremos estar é o momento de parar, pensar, respirar e pedir ajuda profissional, sem rótulos e sem pré-conceitos. O importante é ficar ligado para perceber quando e se os primeiros sintomas aparecerem e não entrar no grosso caldo das estatísticas!

Sobre a autora: 

Catarina de Melo Pierangeli – Jornalista apaixonada pela comunicação ajudando empresas e profissionais a conquistarem visibilidade.

Pós-graduada em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais com forte experiência em Comunicação Corporativa. Consultora, professora, ghost writer e Linkedin heavy user. Atualmente atua como diretora executiva na dmelo comunicação onde atende clientes on e offline. Pesquisadora atuante da Comunicação Digital Multiplataforma e produtora profissional de conteúdo para diversas empresas e canais. É colunista regular do Linkedin Pulse e do portal de Marketing Digital Superstorm, entre outros.

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