07 mar Simplicidade é igual à sanidade
“A tecnologia que tornou nossas vidas mais completas ao mesmo tempo tornou-nos desconfortavelmente completos” – John Maeda.
Simplicidade é a tendência da Era Digital
Pare por um minuto e pense: “Até que ponto podemos / devemos simplificar os objetos e processos e até que ponto precisam ser complexos de verdade”?
A partir desse questionamento, John Maeda, professor de Media Arts & Sciences do MIT, fundador do Simplicity Consortium no Laboratório de Mídia do próprio MIT e designer premiado mundialmente, além de conselheiro de empresas como a Philips, escreveu um verdadeiro manual com lições práticas para quem quer entender os rumos que a indústria e o mundo dos negócios vem tomando nos últimos anos; e como afetarão diretamente o dia-a-dia das pessoas.
As Leis da Simplicidade (Laws of Simplicity), de John Maeda é de “simples” leitura e entendimento. Em apenas 100 páginas dá o recado e mostra a relação entre os conceitos simplicidade x complexidade. Aborda o tema em forma de Leis e convida o leitor a refletir sobre casos como o do iPod da Apple para demonstrar como e porquê a simplicidade ganhou tanta evidência. Por esse viés, apresenta 10 Leis, propostas criativas para facilitar a usabilidade dos produtos sem que eles percam sua complexidade.
As 10 Leis da Simplicidade
- Reduzir – A maneira mais simples de alcançar a simplicidade é pr meio de uma redução conscienciosa.
- Organizar – A Organização faz com que um sistema de muitos pareça poucos
- Tempo – Economia de tempo transmite simplicidade
- Aprender – O conhecimento torna tudo mais simples.
- Diferenças – Simplicidade e complexidade necessitam uma da outra
- Contexto – O que reside na periferia da simplicidade é definitivamente não-periférico
- Emoção – Mais emoções é melhor que menos.
- Confiança – Na simplicidade nós confiamos.
- Fracasso – Algumas coisas nunca podem ser simples
- A Única – A simplicidade consiste em subtrair o óbvio e acrescentar o significativo
As 3 Soluções
- Distanciamento – Mais parece menos simplesmente afastando-se para bem longe
- Abertura – Abertura significa simplicidade
- Energia – Use menos, ganhe mais
Um ponto bastante interessante, abordado por Maeda, é a análise da Gestalt e da capacidade do nosso cérebro em detectar e estabelecer padrões e a necessidade de “preencher lacunas”. Ele usou, como referência, a evolução do revolucionário ipod que, inicialmente cativou milhares de usuários com sua simplicidade x complexidade. Dentro de sua complexidade o ipod passou a fazer escolhas (e nós abrimos mão das nossas) nos proporcionando um substancial ganho de tempo e economia de tempo transmite simplicidade.
O autor usa alguns recursos mnemônicos para educar o leitor sobre como projetar e promover a simplicidade. Dois acrônimos bastante explorados por Maeda são:
- ELA (do inglês SHE): Shrink, Hide Embody (Encolher, Ocultar e Agregar)
- BRAIN: Basics, Repeat, Avoid, Inspire, Never (Básico é o início de tudo, Repita-se com frequência, Abstenha-se de se desesperar, Inpire-se com exemplos, Nunca deixe de se repetir).
Quer saber mais?
John Maeda tem um blog chamado Laws of Simplicity, onde aprimorou as 10 Leis, que originalmente seriam 16, mas foram resumidas e agrupados pelo processo SLIP.
SLIP é um acrônimo de Sort, Label, Integrate, Prioritize (Selecionar, Rotular, Integrar e Priorizar), que é como Maeda categoriza e organiza informações, taref,as e qualquer atividade classificável. No livro, ele demonstra, com seus post-its, como usa o processo.
Se você gostou deste artigo e das ideias de Maeda sugiro que compre o livro. O autor caprichou nas refutações e na maneira fecunda de expor cada uma das leis. O livro foi muito bem escrito e cumpre o que propõe – é profundamente simples e genial! A Livraria Cultura tem o livro, em português. É só clicar aqui para ir direto à Livraria.
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